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Crítica | Invocação do Mal : O Último Ritual - Ed e Lorraine Warren em uma última missão

*critica por Rapha Ritchie

Invocação do Mal 4: O Último Ritual não é só mais um capítulo da franquia. Ele carrega o peso de encerrar uma saga que, por mais que tenha oscilado nos últimos anos, ajudou a redefinir o terror popular moderno. E talvez por isso mesmo, o filme se incline menos para o susto fácil e mais para a emoção contida.

Créditos Divulgação
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A primeira metade é praticamente um tributo aos Warren. Recheada de flashbacks, referências a casos antigos e menções a figuras conhecidas do universo, a trama demora para decolar. E quando finalmente entra no caso da família Smurl, já se passou tempo demais. A experiência pode soar arrastada, especialmente para quem veio esperando exorcismos e possessões em ritmo acelerado.


Mas existe aqui um esforço visível de encerrar tudo com alguma dignidade. Pela primeira vez, o filme dá espaço real para a filha dos Warren, que ganha mais profundidade ao lado do namorado. O casal aparece com uma naturalidade que parece até uma preparação para herdar esse universo. Pode não ser uma substituição imediata, mas é uma semente plantada com certo cuidado, como quem testa se o público aceitaria um novo ciclo de histórias.

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O clima de “última missão” existe, mas não assusta tanto quanto promete. Há pontas soltas, algumas cenas de tensão bem construídas e outras que parecem requentadas. Em certos momentos, a sensação é de déjà-vu, como se o universo Invocação do Mal estivesse girando em círculos, tentando repetir fórmulas que já não impactam como antes. Ainda assim, há uma tentativa de fechamento, e isso já é mais do que muitas franquias se preocupam em fazer.

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Talvez o ponto mais curioso seja a forma como o filme troca o medo pelo afeto. No lugar do puro terror, entra o legado. No lugar do susto, entra a memória. O foco muda de entidades demoníacas para vínculos humanos, como se dissesse que o verdadeiro “último ritual” é a passagem do bastão. Não só dentro da narrativa, mas também fora dela, com o público que cresceu acompanhando os Warren e agora precisa se despedir.

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Invocação do Mal 4 tenta ser menos um filme de terror e mais um epílogo emocional para seus personagens centrais. E nesse aspecto, até consegue. Mesmo que, como encerramento de franquia, ainda deixe uma frestinha aberta para quem quiser voltar e acender a vela de novo.

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