Drama francês baseado em fatos reais tem atuação magnifica de Isabelle Huppert como Maureen Kearney e já está nos cinemas
Baseado em uma história real, o longa foi indicado ao prêmio de Melhor Filme da Mostra “Horizons” no Festival de Cinema de Veneza de 2022 além de ser exibido na Seleção Oficial do Festival de Cannes
O filme acompanha a história real de Maureen Kearney (Isabelle Huppert), uma representante sindical que denunciou acordos secretos e abalou a indústria nuclear francesa. Quando ela é violentamente agredida em casa, a investigação a transforma de vítima a suspeita.
A trama é baseada no livro “La Syndicaliste”, da jornalista Caroline Michel-Aguirre, publicado, em 2019.
Isabelle Huppert ícone do cinema francês com mais uma atuação explêndida
Com atuação sutil e ao mesmo tempo grandiosa de Isabelle Huppert como a sindicalista Maureen Kearney mostra a luta de uma mulher contra os poderosos do alto escalão francês em que o um por todos e todos por um é na verdade muitas vezes batalhar sozinha e ser taxada de louca
O posicionamento de Maureen que enxergava bem a frente o que seria o futuro da empresa e dos funcionários da mesma e como isso iria e como interferiu na situação global no setor nuclear é uma história impressionante
Ao analisar uma figura pragmática como Maureen, Isabelle Huppert comenta como as diferentes nuances do caso influenciaram sua interpretação.
“O que é interessante é o ceticismo e a ambiguidade que surgem da maneira como os outros veem a personagem. Eu não pensei se Maureen era culpada ou inocente. O que mais me interessou foi o tumulto que ela gerou e que, curiosamente, persiste até hoje, se acreditarmos nos recentes documentários sobre o caso. Ela era uma sindicalista, não deveria liderar um exército. Mas construiu um pequeno reino do qual decidiu comandar e resistir. No final, ela estava sozinha contra o mundo.”
A Direção de Jean- Paul Salomé no interesse pela história real torna a trama mais atraente e com isso instiga o telespectador a procurar saber sobre os fatos ocorridos
O filme mostra que o poder, a cobiça e a ganância ultrapassam muitas barreiras e para que os planos não sejam interrompidos eles irão fazer de tudo para destruir a reputação e calar aquela que luta para que milhares de trabalhadores não percam seus empregos se tornando assim o alvo a ser abatido
O filme é muito bem dirigido por Jean-Paul Salomé que consegue trazer os fotos de uma forma bem desenvolvida, apesar de parecer em alguns momentos em um ritmo mais lento e que poderia ser digamos mais frenético, entende-se que a realidade e os trâmites burocráticos da vida real ocorrem da mesma forma
Apesar de ser dirigido por um homem, ele mostra o machismo escancarado seja por homens como por mulheres, em um dos meios que ainda é dominado pelos homens e quando eles são confrontados principalmente por mulheres em posições e cargos de relevância os fazem serem taxadas de histéricas, mentirosas e loucas
Maureen Kearney foi uma mulher de culhões que enfrentou com classe os poderosos da indústria nuclear francesa e quando estava prestes a ter atenção máxima do chefe de estado francês, sofreu um duro e violento golpe de agressão física e emocional, não bastasse isso, uma investigação e perícia que se mostrou tendenciosa e com falhas, não só a deslegitimaram como vitima como a tornaram como a principal suspeita
Parece até um enredo de filme a qual a história acabou se tornando, mas chocantemente ou não isso aconteceu e foi em história recente
O filme tenta não deixar pontas soltas e parece dar uma certa compreensão e trazer uma reflexão ao telespectador sobre os fatos
O filme vale muito a pena ser visto, pois essa é certamente uma historia que tentaram acobertar
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