Nos primeiros materiais de marketing desse longa, surgiu algo que chamou a atenção de todos no ramo. O cineasta disse que seu novo longa seria uma mistura de Silêncio dos Inocentes em um show da Taylor Swift, o que realmente só na cabeça do M. Night. Shyamalan para sair uma ideia como essa.
Partindo desse ponto temos aqui uma trama de que mistura bem esse aspecto dito pelo diretor, acompanhamos um Pai levando sua filha adolescente ao concerto de uma estrela teen do pop daquele universo, que curiosamente é interpretada pela filha do diretor, Saleka Shyamalan (que também escreveu as de música para o filme).
Porém, estamos acompanhando um filme do Shyamalan então, logo o suspense iria em torno dessa história viria - errado, aqui o cineasta quebra a expectativa de todos já nos primeiros minutos, se no material promocional já dava na cara que o nosso protagonista no qual acompanhando toda a trama sob sua perspectiva, seria o tal serial killer já mencionado, dentro da história isso nos é revelado de forma curiosa, já que vemos ele olhando uma vítima que ele prendeu no cativeiro, mas não vemos ele em ação em momento nenhum, sabemos da sua periculosidade, e das barbáries que ele comete, o que foi bem interessante a brincadeira narrativa que o diretor usa. Pois como acompanhamos sob seu ponto de vista os acontecimentos, temos uma tendência natural de torcer por ele, já que acompanhar a sua tentativa de fuga dentro da arena do show passa a ser o que move a trama para frente, então ele não ser pego nos faz querer acompanhar o desenrolar dos fatos.
Josh Harnett, na minha opinião consegue lhe dar super bem com essa ambiguidade do personagem, pois, ao mesmo tempo que precisa ser amoroso, e empolgado por estar com a filha acompanhando o que para ela é realizar um sonho, ele precisa também cuidar de si, e fazer o máximo para não ser pego naquele mesmo ambiente, o que nos faz acompanhar um pouco das suas habilidades. Dito isso acredito que aqui seja a melhor parte do filme, pois os personagens coadjuvantes quando assumem a parte central da história, são muito mal articulados, com atuações bem fracas, e com desenrolar bastante pobre em termos narrativos, o que escancara o quão bom o Shyamalan é como diretor, mas que não tem a mesma habilidade como roteirista.
Armadilha compensa bastante, pela sua primeira parte do longa, mesmo que com muitas facilitações do roteiro, ainda se salva pela excelente atuação do seu protagonista, nesse jogo de gato e rato. Mas na virada do 2 ato para a conclusão, o filme perde impacto e força e se transforma em apenas mais uma entrada curiosa da filmografia do diretor, uma ideia super interessante, que infelizmente não teve o impacto grandioso como ele imaginou, já que o filme também não teve boa repercussão nas bilheterias, quem sabe no streaming e no aluguel digital se saia melhor.
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