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CRÍTICA | HERÓI DE SANGUE

Na lista dos filmes com maiores bilheterias da frança em 2023, longa Herói de Sangue é baseado em uma história real sobre o recrutamento à força de senegaleses para lutar pelo país na primeira guerra mundial

Herói de Sangue
Herói de Sangue

Drama francês “Herói de Sangue” (Tirailleurs) com Omar Sy está nos cinemas com distribuição de Synapse Distribution. traz um fator histórico muito importante sobre os soldados senegaleses e africanos que lutaram em favor da França durante a 1 guerra mundial e retrata uma história apagada da memória da França, mas que ressoa até hoje no povo de Senegal.


A direção é de Mathieu Vadepied.e também escrito por ele e Olivier Demangel,

Omar Sy interpreta um pai senegalês que fará de tudo para salvar seu filho de 17 anos, que foi recrutado(capturado) à força para lutar pelos franceses na Primeira Guerra Mundial.


O filme é muito bem escrito e dirigido e as cenas são bem realistas inclusive nos campos de batalha com um filme de ação rápido, de fácil compreensão tem um fator histórico muito importante e gostei muito da atuação de Omar Sy mais conhecido pela série Lupin da Netflix e do filme os Intocáveis aqui ele trás um personagem bem mais dramático e também gostei muito da atuação de Alassane Diong (“O Rei das Sombras”) como filho dele Thierno, que enfrenta dilemas de ser reconhecido por lutar por um país a qual não pertence e tentar fugir para voltar para casa em uma das aldeias do Senegal


Cena de Herói de Sangue - crédito Marie Clemence Dvid
Cena de Herói de Sangue - crédito Marie Clemence Dvid

Inclusive é mostrado que um dos grandes fatos históricos pode se tratar de um soldado senegalês como o do soldado desconhecido/anônimo que tem seus restos mortais guardados no Arco do Trinfo capital da França Paris

"Monumento histórico, o Arco do Triunfo é também um símbolo patriótico. Na sua base encontra-se, desde 1921, o Túmulo do Soldado Desconhecido da Primeira Guerra Mundial. Para homenagear a sua memória, bem como a de todos os soldados mortos em combate, uma Chama Eterna arde no seu túmulo desde 1923. Por tradição, um cerimonial com veteranos de guerra ocorre no local diariamente às 18h30."


“Não entendo por que a história dos soldados senegaleses, ou soldados de outros lugares, foi tão raramente contada. Não há nenhuma explicação. Tudo o que sei é que você não costuma ouvir sobre ela. Mas eu acho que é uma perda de tempo ficar pensando sobre esse fato. O importante hoje é contar, e pronto. É por isso que fizemos este filme”, afirma Omar Sy. Ele revela que mais importante que abordar esse momento histórico, é fazer com que ele seja lembrado.
Cena de Herói de Sangue - crédito Marie Clemence Dvid
Cena de Herói de Sangue - crédito Marie Clemence Dvid

Dessa forma, o ator, que também é francês, ao lado do diretor, coprodutores e equipe procurou conduzir a trama da maneira mais verossímil possível. Soldados senegaleses sempre foram relacionados à tropa francesa, mas como bem lembra Sy, eles eram antes de tudo pais e filhos de vilas e cidades.

“É como se falássemos da África pós-colonial como se não houvesse África antes dela. É esse “antes” que me interessa. Essa também é uma forma de mostrar respeito e homenagear as vidas perdidas, as dos jovens recrutados para o exército e arrancados de suas aldeias”, comenta.
Cena de Herói de Sangue- crédito Marie Clemence Dvid
Cena de Herói de Sangue- crédito Marie Clemence Dvid

Herói de Sangue” foi exibido na Seleção Oficial do Festival de Cannes em 2022, concorrendo ao prêmio “Un Certain Regard”, e venceu a categoria de Melhor Ator no Barcelona-Sant Jordi International Film Festival. O filme já é uma das maiores bilheterias na França em 2023.

Durante toda a produção, o cineasta Mathieu Vadepied mantinha em mente a preocupação com o posicionamento dos personagens no filme.

A ideia era evitar a caricatura no roteiro e em tela. “Nunca paramos de tentar encontrar um equilíbrio entre a história épica e o estudo intimista, visto na fricção e na tensão que marca todo o filme. O público precisa sentir essa intimidade [entre pai e filho], enquanto observa a influência e a violência de uma guerra que marcou gerações. Aldeias inteiras foram roubadas. Seus entes queridos nunca retornaram. Alguns desapareceram sem sequer terem um enterro”, diz Vadepied.

Vale muito a pena ser visto pelo contexto histórico e pelas atuações


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