Crítica | Uma Sexta-feira mais Louca Ainda

Crítica por Caio Felipe

Créditos Divulgação

"Sexta-Feira Mais Louca Ainda", sequência aguardada do clássico "Sexta-Feira Muito Louca" (2003), chega aos cinemas com a missão delicada de revisitar uma história amada e, ao mesmo tempo, atualizar seu drama e humor para um novo tempo e novas gerações. O maior trunfo do filme, sem dúvida, reside na tão celebrada sinergia entre Lindsay Lohan e Jamie Lee Curtis, que neste reencontro duas décadas depois, mostram o amadurecimento não apenas de suas personagens, mas também de sua parceria artística.

Ver Lohan e Curtis novamente nos papéis de Ana e Tess é um convite à nostalgia — mas, felizmente, vai além da mera repetição. Se antes tínhamos uma mãe estressada e uma filha adolescente constantemente em conflito, agora somos apresentados a uma Ana madura, mãe solo, que enfrenta os próprios dilemas da vida adulta enquanto tenta equilibrar maternidade e a chance de um novo amor. Jamie Lee Curtis, sempre carismática, se diverte ao explorar uma Tess que ainda carrega a firmeza maternal, mas com ares de vovó moderninha, criando interações hilárias com a filha adulta — e também com as netas, personagens que ampliam a trama em sua confusão.

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A química entre Lindsay e Jamie Lee está ainda mais refinada, e seu companheirismo em cena salta aos olhos em gestos, olhares e improvisos. O humor agora ganha nuances da maturidade das duas atrizes: é não apenas físico ou pastelão, mas também carregado de afeto e compreensão silenciosa, como só grandes duplas conseguem imprimir. Os reencontros com antigos personagens aquecem o coração dos fãs, enquanto os novos integrantes — especialmente a filha de Ana e a filha do futuro noivo — renovam o elenco e ampliam as oportunidades de situações inusitadas.

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O roteiro, por sua vez, honra as fórmulas clássicas do original, mas não tem medo de atualizar temas, trazendo questões da vida adulta, maternidade realista e alegrias e frustrações de novas configurações familiares. Ainda assim, o espírito leve, divertido e caótico permanece intacto. O filme acerta ao inserir referências inteligentes ao longa de 2003 e piscadelas à cultura pop, conectando pais e filhos numa divertida caça aos easter-eggs durante as trocas de corpo cada vez mais caóticas — e mais engraçadas.

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Por fim, "Sexta-Feira Mais Louca Ainda" é uma declaração de amor à tradição familiar, à comédia descompromissada e ao poder da parceria feminina. As interpretações de Lindsay Lohan e Jamie Lee Curtis, cheias de vitalidade e cumplicidade, são o motor de uma aventura que traz conforto e esperança — e entrega exatamente o que os espectadores precisavam: uma comédia gostosa, para rir, se emocionar e, acima de tudo, reunir gerações na sala escura do cinema. Uma continuação digna, para ser vista com toda a família.