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Especial Casa Flip+ CCR: O áudio como meio para impactar pessoas

Maria Carvalhosa, uma das fundadoras e editoras da Supersônica Livros, e Paula Scarpin, diretora de criação do podcast Radio Novelo, falam sobre como histórias em áudio podem melhorar a vida das pessoas, na sexta mesa da Casa CCR, na 22ª Flip

Maria Carvalhosa (à esquerda) e Paula Scarpin (ao meio) dividiram o palco para tratar da relevância de compartilhar histórias em áudio, com mediação de Tatiany Leite (à direita). (Crédito: Charles Trigueiro/ Divulgação CCR)
Maria Carvalhosa (à esquerda) e Paula Scarpin (ao meio) dividiram o palco para tratar da relevância de compartilhar histórias em áudio, com mediação de Tatiany Leite (à direita). (Crédito: Charles Trigueiro/ Divulgação CCR)

A Rádio Novelo tem um nome interessante para reportagens: histórias que você nem sabia que precisava ouvir. “Demorou um tempo para descobrirmos as histórias que as pessoas queriam ouvir. Tem sempre uma virada, sempre uma surpresa. É sobre um fato, mas você sai entendendo melhor o mundo depois que ouve aquilo”, disse Paula Scarpin, diretora de criação do podcast, durante a mesa Histórias para Ouvir, realizada na Casa CCR durante a 22ª Festa Literária Internacional de Paraty (Flip).

 

Paula dividiu o palco com Maria Carvalhosa, uma das fundadoras e editoras da Supersônica Livros, editora brasileira especializada em áudio-livros artísticos. Quem mediou a mesa foi a jornalista Tatiany Leite. O debate faz parte da programação gratuita oferecida pelo Instituto CCR, patrocinador e parceiro oficial de mobilidade da Flip 2024.

 

A empresa de Maria surgiu a partir da própria experiência dela, que perdeu a visão aos 13 anos e percebeu a escassez de materiais em português com abordagem criativa e imersiva. “Somos uma editora pequena, então precisamos tomar muito cuidado com o catálogo que a gente tem. A partir daí, a gente começou a procurar livros que entrassem nesse perfil. Nossa busca era por obras que não seriam feitas normalmente em áudio”, disse. E aí entrou o desafio: como fazer em áudio uma edição tão bem-feita como as que são feitas em papel? Atores narradores ajudam na empreitada.

 

Histórias narradas, segundo Maria, trazem a personalidade do narrador, que aparece muito mais que o narrador de histórias escritas. Na editora, existe um cuidado muito grande com a escolha destes profissionais. Na quinta (10), elas lançaram um livro “As Pequenas Chances”, de Natalia Timerman, narrado pela própria autora. “Faz sentido que ela conte uma história que é pessoal, a história da doença e morte de seu pai, mas que também é ficcional”, explicou.

 

Os cuidados seguem: na Radio Novelo, Paula procura ouvir episódios finalizados no ônibus, para entender como será a experiência real do público com a sonorização. A escolha das expressões também é uma questão. “Procuramos maneirar nos regionalismos para entender como o ouvinte de todo Brasil vai absorver isso e o que vai sentir. O pensamento recorrente é como aquele fato vai impactar as pessoas.” Ela falou sobre o mergulho que o áudio proporciona, algo íntimo, que é estar dentro da cabeça da pessoa em fones intra-auriculares, os convidando a pensar.

 

O podcast, para ela, é um cavalo de troia, que busca mudar as pessoas e transformá-las em progressistas, antirracistas, por exemplo. Funciona. “Uma pesquisa com o público informou que 70% das pessoas disseram que já mudaram de opinião por uma bandeira que a gente acredita. Isso já é muito legal”, ela disse.

 

2025 é o ano do áudio

Uma das barreiras da Supersônica é que muita gente não sabe onde comprar áudio-livros e o produto não está disponível no Spotify. “Os testes estão sendo feitos para isso. Espero que 2025 seja o ano do áudio-livro e que todo mundo escute”, diz Maria, empolgada. 

No mundo dos podcasts, Paula diz que não há concorrência, e sim aliados. Ao pegar hábito de escutar, você não para mais. Uma produção leva ao outra, no que elas chamam de um tipo de vício. “A locução é gravada com o mínimo de barulho possível, porque o barulho comunica. A gente segue testando, às vezes exageramos até, mas precisamos ver como isso está comunicando”, ela disse.

 

É também recorrente a preocupação em colocar repórteres que tenham ligação com a região do Brasil onde acontece a história. Há casos em que o repórter não tem intimidade com áudio, mas é importante manter o sotaque local para que haja diversidade e seja abrangente para todo País. Maria também coloca sotaque nas histórias: “Brás Cubas tem que ser carioca, não tem jeito de ter outro sotaque”, ela disse, puxando os “s” do nome do personagem. Um livro que ela sonha em ouvir é “Grande Sertão Veredas”. “Leio com a voz do celular e parece um robô lendo Guimarães Rosa... é um desserviço. Quero muito ouvir esse livro bem feito”, confessou.

 

Grupo CCR na Flip 

O Grupo CCR, maior empresa de infraestrutura de mobilidade do Brasil, ampliou sua participação na Festa Literária Internacional de Paraty (FLIP), o maior evento do gênero no País. Por meio do Instituto CCR, é a primeira vez que oferece um espaço com programação. Ao longo de três dias, serão apresentadas nove mesas de discussão, com a presença de escritores, jornalistas, tradutores e pesquisadores acadêmicos.

 

Os debates irão abordar temas como mobilidade urbana, combate às mudanças climáticas e jornalismo literário. Este último assunto está relacionado ao jornalista e autor João do Rio, reconhecido como um dos mais influentes escritores do início do século XX no Rio de Janeiro e o homenageado pelo evento na edição deste ano.

 

Além da Casa CCR, o Grupo CCR é novamente o parceiro oficial de mobilidade da Flip. A Companhia irá oferecer transporte gratuito por meio de vans e barcas para os moradores de comunidades ribeirinhas, indígenas e quilombolas na região de Paraty. Seis rotas foram planejadas para facilitar o acesso dessas comunidades ao centro histórico, com horários definidos de acordo com a programação do festival.

Em linha com sua agenda de sustentabilidade, o Grupo CCR também implementou a coleta seletiva de resíduos na Flip, em colaboração com a Associação de Catadores e Catadoras de Recicláveis de Paraty, uma cooperativa local. Um carrinho elétrico está percorrendo o Centro Histórico durante o evento, recolhendo materiais recicláveis e destinando para uma caçamba de reciclagem instalada na praça. 

Sobre o Instituto CCR | Entidade privada sem fins lucrativos, gerencia o investimento social do Grupo CCR, com o objetivo de proporcionar transformação social nas regiões de suas concessões de rodovias, aeroportos e mobilidade. Os projetos do ICCR são implementados por meio de recursos próprios ou verbas incentivadas. Entre os projetos proprietários de impacto, merecem destaque: Caminhos para a Cidadania, que capacita mais de 3 mil professores em 1.600 escolas anualmente, e o Caminhos para a Saúde, que oferece atendimentos de saúde a caminhoneiros, motociclistas, ciclistas e passageiros de trens urbanos e metrôs. Seu foco são iniciativas nas frentes de Mobilidade e Cidades Sustentáveis, Cultura e Educação, Saúde e Segurança. Desde 2014, as ações do Instituto já beneficiaram mais de 18 milhões de pessoas. Saiba mais em www.institutoccr.com.br.

 

Sobre o Grupo CCR | O Grupo CCR, maior empresa de infraestrutura de mobilidade do Brasil, atua nas plataformas de Rodovias, Mobilidade Urbana e Aeroportos. São 39 ativos, em 13 estados brasileiros e mais de 17 mil colaboradores. O Grupo é responsável pela gestão e manutenção de 3.615 quilômetros de rodovias, realizando cerca de 3,6 mil atendimentos diariamente. Em mobilidade urbana, por meio da gestão de metrôs, trens, VLT e barcas, transporta diariamente 3 milhões de passageiros. Em aeroportos, com 17 unidades no Brasil e três no exterior, embarca 43 milhões de clientes anualmente. A companhia está listada há 13 anos no hall de sustentabilidade da B3. Mais em: grupoccr.com.br.

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