Único longa brasileiro de ficção a entrar no evento, produção estrelada por Maeve Jinkings e Kauan Alvarenga marca retorno da cineasta ao festival internacional de Toronto pelo segundo ano consecutivo e está entre os filmes nacionais inscritos para representar o país na corrida do Oscar
Recém-anunciado em competição no Festival de San Sebastián, na Espanha, o longa-metragem PEDÁGIO – o segundo da trajetória de Carolina Markowicz – segue consolidando a sua carreira internacional, agora em território norte-americano, com a participação no tradicional Festival Internacional de Toronto (de 7 a 17 de setembro). O filme protagonizado por Maeve Jinkings e Kauan Alvarenga marca o retorno da cineasta ao evento, um ano após a exibição de seu premiado “Carvão” na mostra canadense.
Um dos mais importantes do mundo, o festival é considerado um termômetro dos títulos que estarão na disputa do Oscar. PEDÁGIO está entre os longas que serão avaliados pela comissão de seleção da Academia de Artes e Ciências Cinematográficas para representar o Brasil na disputa por uma vaga na categoria de filme internacional da premiação.
Produzido pela Biônica Filmes e O Som e a Fúria, coproduzido pela Globo Filmes e Paramount Pictures e distribuído pela Paris Filmes, o novo projeto conta a história de uma atendente de pedágio que, inconformada com a orientação sexual do filho, comete delitos na tentativa de financiar uma cura para a sua “doença”. Único longa brasileiro de ficção na programação do festival, PEDÁGIO retrata a opressão e violência sofrida pela população LGBTQIA+, diante das incoerências e atrocidades promovidas – de forma mais explícita nos últimos anos – por alguns setores da sociedade.
“Em pleno 2023 com todos adventos e tecnologias e avanços, chega a ser chocante a preocupação com quem o outro se relaciona sexualmente. O fosso conservador que vivemos nos últimos tempos serviu para deixar bem à vontade cada indivíduo que se achasse no direito de proferir críticas e até agressões à população LGBTQIA+”, analisa Carolina. “Além da violência, há práticas absurdas e patéticas, como as retratadas pelo filme, que parecem ser ficção, mas estão muito próximas à realidade surreal do brasileiro LGBT, gerando sequelas físicas e emocionais irreparáveis.”
O longa, que a diretora descreve como “um drama permeado por humor ácido”, participou de relevantes laboratórios de apoio ao desenvolvimento audiovisual, como o Tribeca All Access, Torino Film Lab e Berlinale Coproduction Market.
Sinopse Suellen, cobradora de pedágio, percebe que pode usar seu trabalho para fazer uma renda extra ilegalmente. Mas tudo por uma causa nobre: financiar a ida de seu filho à caríssima cura gay ministrada por um famoso pastor estrangeiro.
Ficha Técnica Direção: Carolina Markowicz Roteiro: Carolina Markowicz Empresas produtoras: Biônica Filmes, O Som e a Fúria Empresas coprodutoras: Globo Filmes, Paramount Pictures Distribuição: Paris Filmes Produção: Karen Castanho, Luís Urbano, Bianca Villar, Fernando Fraiha, Sandro Aguilar Produção associada: Jorge Furtado Coprodução: Carolina Markowicz, Mario Peixoto, Thalita Zaher Produção Executiva: Chica Mendonça, João Macedo Direção de Arte: Vicente Saldanha Direção de Fotografia: Luis Armando Arteaga Som Direto: André Bellentani Trilha Sonora: Filipe Derado Edição: Lautaro Colace; Ricardo Saraiva Figurino: Marcia Nascimento Elenco e Personagens: Maeve Jinkings (Suelen), Kauan Alvarenga (Tiquinho), Thomás Aquino (Arauto), Aline Marta Maia (Telma), Isac Graça (Pastor Isac)
Sobre Carolina Markowicz Carolina Markowicz, roteirista e diretora, escreveu e dirigiu seis curtas-metragens exibidos em cerca de 300 festivais, como Cannes, Locarno, Toronto, SXSW e AFI, os quais conquistaram mais de 80 prêmios. Seu curta-metragem de maior reconhecimento, “O Órfão”, estreou em Cannes, na Quinzena dos Realizadores e venceu a Queer Palm, sendo o único filme brasileiro a conquistar tal prêmio. Outro destaque em sua carreira é “Edifício Tatuapé Mahal”, que estreou no TIFF – Festival Internacional de Toronto, onde Carolina foi apontada pelo curador Shane Smith como uma das "5 filmmakers to watch”. O curta obteve mais de 15 prêmios de melhor filme e roteiro, além de ter sido exibido em mais de 200 Festivais pelo mundo. Atualmente online, está entre os melhores do ano pelo Vimeo Staff Picks. Carolina foi uma das dez jovens cineastas internacionais convidadas para o TIFF Talent Lab 2015, com os mentores Wim Wenders e Jim Stark. Também foi selecionada para o Berlianale Talents 2018 e para a Filmmakers Academy – Locarno 2018, onde foi apontada pela Indiewire como uma das “Most Exciting New Filmmakers” da atualidade. Carolina foi convidada a fazer parte da SEE Factory, onde codirigiu e co-escreveu o curta-metragem “SPIT”, exibido na abertura da Quinzena dos Realizadores em Cannes 2019. Em 2021, foi convidada para fazer parte da academia votante do Oscar – AMPAS. Em 2022, seu primeiro longa-metragem, “Carvão”, estreou na competição oficial “Platform” do Festival de Toronto e teve sua première Europeia no Festival de San Sebastián. PEDÁGIO, seu segundo longa-metragem, que contou com apoio de desenvolvimento de Tribeca All Access, foi selecionado para o TFL Torino Film Lab All access e para o Berlinale Co-Production Market 2020 e terá sua estreia mundial no Festival de Toronto, em setembro de 2023.
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