CRÍTICA | VENCER OU MORRER (Vaincre ou Mourir)
- Lagoa Nerd
- 21 de jun.
- 4 min de leitura
Vencer ou morrer filme francês que já esta nos cinemas distribuido pela Kolbe Arte e produzido pela Puy du Fou Films, conta sobre o general Attanase Charette (Hugo Becker) e a guerra da Vendeia durante revolução francesa e que foi muito bem nas bilheterias francesas e amplamente falada por historiadores, professores, lideranças religiosas e movimentos culturais católicos, tendo alcançado mais de 300 mil espectadores na França.

Vencer ou Morrer se passa na França na revolução francesa onde mostra sobre fatos histórico ocorridos durante a Guerra da Vendeia ( 1793-1796), onde diversos aldeões, camponeses fazendeiros na região de Vendeia se rebelaram contra os republicanos ainda em apoio ao rei deposto, considerado eles como monarquistas, onde eles queriam também poder manter a fé e a religiosidade que os soldados e lideres da revolução queriam abolir-"Imposição da Civil Constitution of the Clergy (1790)", além disso os republicanos queriam que os mais jovens fossem lutar a favor do novo governo contra as rebeliões que estavam em torno da França o que gerou mais revolta ( "Conscrição forçada em fevereiro de 1793: a chamada "levée en masse", que exigia o envio de 300 mil jovens para o esforço militar, provocou revolta generalizada — muitos jovens eram moralmente contrários a lutar por um governo que rejeitava religião e rei")
Um pouco da história do protagonista do filme François Attanese Charette foi um grande militar e que antes de se tornar o lider dos vendeanos serviu a marinha real durante a guerra da independência dos EUA e que chegou a defender o rei Luis XVI e a rainha Maria Antonieta de danos fisicos durante o ataque da multidão contra o palácio Tuileries ele chegou a ser preso mas depois libertado

Quando, no início de 1793, estourou então a rebelião da Vendeia contra a Primeira República — ambiente em que se desenrola a trama do filme Attanase se tornou líder e general contra os revolucionários levando uma legião a batalhar por seus ideiais e convicções ( conta-se que até mesmo Napoleão Bonaparte considerava Charette um grande líder militar)
Hugo Becker brilha ao interpretar o general Attanase Charette e não somente em relação as batalhas mas a liderança trazendo também um pouco mais de impacto em frases que acabam por refletir os acontecimentos, além disso a sua persoagem tinha muitos sonhos, visões e pesadelos que envolviam tudo que estava acontecendo ao seu redor incluindo um cavalo branco manchado de sangue - "Na simbologia religiosa, o cavalo branco é frequentemente associado à vitória e à conquista, mas quando manchado de sangue, pode representar a batalha, o sofrimento, guerra e morte". O ator possui em seu currículo diversas séries e filmes franceses, não muito conhecidos pelo público internacional, mas que pode ter mais visibilidade graças à sua participação no longa Meu Nome é Maria.

Uma coisa interessante que o filme traz também são as participações das mulheres durante a guerra
Na sinopse do filme, e também como parte da produção, afirma-se que os rebeldes pertenciam ao grupo religioso do “Sagrado Coração de Jesus”. No longa, esse símbolo aparece como estandarte e marca da resistência. No entanto, embora o coração sagrado tenha sido um elemento relevante na história real da Guerra da Vendeia (1793–1796), são mostradas pouquíssimas cenas que evidenciem a devoção monarquista. O símbolo aparece apenas como um coração vermelho com uma cruz, usado nas vestimentas dos rebeldes — deixa-se transparecer, mas sem aprofundar a religiosidade que, de fato, era central ao movimento
"de que adianta a palavra de um regime que massacrou mulheres, velhos e crianças ?"
"A paz merece que esqueçamos o passado, para construir o futuro"
"saiba que um vendeano nunca esquece "
Em Nantes, os rebeldes foram derrotados pelas forças revolucionárias, sendo essa batalha considerada um ponto crucial no conflito, onde os vendêanos sofreram uma derrota significativa. Em relação à cronologia dos fatos ocorridos, o filme vai muito bem, mostrando praticamente passo a passo os acontecimentos desde 1793 até 1796 que torna um ponto positivo na direção de Vincent Mottez e Paul Mignot

A direção de arte, a montagem do filme e os figurinos são bem competentes ao tratar de um fato histórico — desde as batalhas até os vestuários e a encenação das locações. Claro que ajuda o fato de muitas cenas terem sido filmadas nos locais reais onde ocorreram as batalhas e os fatos históricos
Segundo historiadores e registros orreram mais de 200 mil mortes na guerra da Vendeia sendo que 40 mil vandeanos foram mortos nas colunas infernais
É notável que tanto no titulo em francês quanto em português eles mantiveram o que foi todo o filme em seu signficado e forma Vencer ou Morrer (Vaincre ou Mourir) pois os vendeanos não desistiram e resistiram até o fim ou venciam ou morriam
Vencer ou morrer traz a tona um momento importante sobre fatos históricos franceses ocorridos durante a revolução francesa e que na guerra atos atrozes vão ocorrer em ambos os lados e que em fatos históricos e historias existem as versões de cada lado e que nem sempre são contados e por muitos o lado perdedor acaba indo para o esquecimento e com o longa mostrou um outro lado até então desconhecido por muitos e que merece ser visto
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