Crítica | Extermínio: A Evolução (28 Years Later)
- Welson Pereira de Lima
- 22 de jun.
- 3 min de leitura

Em 2002, com uma timida estréia fomos pegos de surpresa pela inovação do gênero de filmes de zumbi, com Extermínio (28 Days Later), dirigido por Danny Boyle, na época ja consagrado pelos excelentes Cova Rasa e Trainspotting.
O termo inovação aqui colocado de vários modos, o primeiro, sendo filmado com câmeras digitais de resolução 480p, para mais takes possíveis de uma Londres deserta, enquanto o caos do trânsito e de pedestres poderia ser escondido além das beiradas da tela e das diferentes tomadas simultâneas, deram assim mais realismo ao filme, algo acidental segundo opiniões de produção e crítica.
Em segundo a inovação dos infectados/zumbis corredores, que apresentaram um novo tipo de ameaça nas telas, pela primeira vez, nada de zumbis lentos inventados e seguidos na formula de George A. Romero, agora eram monstros ágeis, puladores de obstáculos e fortemente sobrepujados.
As influências foram de cara tomadas pelos filmes do gênero que se seguiram, o maior sucesso sendo Madrugada dos Mortos (Dawn of the Dead), dirigido por Zack Snyder, ou mesmo pelo início que iniciou uma batalha judicial com Robert Kirkman, criador de The Walking Dead pelo começo de sua HQ ser quase idêntico ao começo do filme, até hoje é algo incerto ja que ambos são entrelaçados por um curto período de data de lançamento.
Depois de uma continuação morna sem envolvimento de Danny Boyle ou Alex Garland em 2007 intitulada Extermínio 2 (28 Weeks Later), ficou a promessa do próximo filme estaria sendo desenvolvido que se chamaria (28 Months Later).
Entre um boato e outro, acabou se esfriando o calor de uma continuação imediata.

Enfim, em 2024 foi anunciado oficialmente que o próximo filme da saga viria, com o titulo de (28 Years Later) aqui adaptado para Extermínio 3: A Evolução, com a promessa de inovações ao nível do primeiro, sendo filmado com Smartphones e com uma história influenciada pela crise pós-pandemia de Covid-19 e críticas ao novo plano de governo britânico chamado Brexit. Estreando em 19 de Junho de 2025.
O filme depois de um prólogo que ja é marca registrada considerando a franquia, começa nos apresentando uma comunidade que sobrevive em uma ilha isolada que só pode ser acessada quando a maré baixa pelas manhãs, somo apresentados aos três personagens que vamos testemunhar a evolução, o pai Jamie (Aaron Taylor Johnson), o filho Spike (Alfie Williams) e Isla (Jodie Comer), a mãe.

O roteiro que se segue é a iniciação de Spike que precisa ir ao continente realizar sua primeira caçada a infectados e ganhar mérito pela primeira morte, aqui a cinematografia brilha aos nossos olhos, landscapes verdes e azuis com tom acinzentado e a trilha sonora com influências eletrônicas e industriais (frenética ao longo do filme como em Trainspotting) nos preparam para o mundo hostil que aguarda além dos confins do litoral, as regras impostas pelo final primeiro filme são dribladas para a sobrevivência dos infectados ter se prolongado por tanto tempo.
Jamie e Spike cumprem sua missão de forma vergonhosa então de volta à ilha vemos a verdadeira personalidade do pai, uma crítica à masculinidade tóxica, sendo ele alguém que aumenta os méritos e impõe regras baseadas em sua própria mitomania, deixa o filho desconfortável e mais preocupado com os cuidados da mãe adoentada.

Para o segundo ato o terreno ja está preparado, Jamie ouve os boatos de que há um curandeiro, que era um antigo médico no mundo anterior ao apocalipse o faz fugir da ilha com a mãe e se arriscar na hostilidade da terra firme, para ter ao menos uma resposta para o problema de saúde dela, a edição se mostra um pouco confusa aqui com o aparecimento repentino de soldados de sotaque suíço, e após um ataque de infectados apenas um escapa com vida.
Temos então o encontro desconfiado entre os três sobreviventes que agora precisam se juntar pra chegar ao curandeiro, tendo como ponto de referência uma fogueira que nunca se apaga. O filme para pra respirar um pouco, assim como o segundo ato do de 2002. Então os acontecimentos ágeis da edição nos levam ao Dr. Ian Kelson (Ralph Fienes), que se mostra misterioso mas ao mesmo tempo gentil para com quem o procura, a sobrevivencia dele na hostilidade em meio aos infectados permanece um misterio com respostas insatisfatórias, porém ja com um impulso para a trilogia de filmes que está prometida, com início a partir desse.

Os acontecimentos dos ultimos 15 minutos foram muito corridos, as distâncias antes colocadas como grandes, são rapidamente atravessadas e temos um breve vislumbre do que o prólogo quis preparar, terreno para o próximo filme.
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